Teoria Malthusiana
O Malthusianismo ou Teoria Malthusiana diz que um elevado crescimento da população poderia superar a oferta de alimentos, gerando pobreza e fome em larga escala.
Essa ideia foi desenvolvida durante o século XVIII por Thomas Robert Malthus, um economista e clérigo inglês, através do seu conhecido “Ensaio Sobre o Princípio da População”, de 1798.
Como funciona a Teoria de Malthus
Malthus quis explicar que a população cresceria em uma progressão geométrica, enquanto a produção e oferta de alimentos tinha seu crescimento menor, apenas por uma progressão aritmética. Um exemplo pode ser visto na figura acima.
Pela hipótese malthusiana, um elevado crescimento da população poderia tornar insustentável a produção de alimentos. Seu modelo econômico considerava que os trabalhadores adicionais não produziriam a quantidade extra necessária.
Na época, Malthus defendia um controle da natalidade para evitar um possível “caos demográfico”. O que ele não previu foi a chegada de mais tecnologia que permitisse uma produção de alimentos muito superior, evitando a catástrofe de sua teoria.
Contexto histórico
Thomas Malthus foi um dos economistas britânicos do século XVIII, época em que acontecia a Revolução Industrial e uma Era Liberal que deu lugar ao mercantilismo.
Com o inédito crescimento das economias que acontecia, alguns pensadores buscavam entender como a humanidade seria impactada, incluindo o crescimento populacional.
Os pressupostos de Malthus colocavam em causa a capacidade de produzir alimentos acompanhando a expansão das sociedades. Sua teoria foi refutada por não considerar o desenvolvimento tecnológico que também dava início à época.
O Neomalthusianismo e outras teorias demográficas
A Teoria Malthusiana apareceu durante uma época em que a maioria da população trocava o campo pelas cidades, caso principal da Inglaterra ao fim do século XVIII.
Pouco depois de divulgar sua teoria, Malthus presenciou a Revolução Industrial, que proporcionou mais produtividade à agricultura com o desenvolvimento de mais tecnologia, desprezando a hipótese malthusiana.
Ainda assim, outras teorias populacionais apareceriam mais tarde, colocando em pauta o crescimento da população mundial em contrapartida ao desenvolvimento econômico, além da oferta de alimentos.
Este retorno se dá, inclusive, com a volta do malthusianismo durante o meio do século XX, denominado como Neomalthusianismo.
Teoria Neomalthusiana
Com a volta da teoria de Malthus, pelos Neomalthusianos, havia uma percepção de crescimento da população em países subdesenvolvidos devido ao maior acesso de cuidados para a saúde dessas pessoas.
Os teóricos do Neomalthusianismo justificavam que a oferta de maiores recursos para a população geraria maiores gastos aos governos, distribuindo menos recursos em áreas onde poderia haver crescimento econômico.
Teoria Populacional Reformista
A Teoria Reformista é abordada, principalmente, por defensores de Karl Marx e do socialismo, sendo contrários ao Neomalthusianismo. Também é conhecida por Teoria Antimalthusiana.
Para os reformistas, a superpopulação é gerada como consequência da pobreza devido ao capitalismo, e não como causa de melhores condições econômicas como defendem os neomalthusianos.
Por conta disso, os defensores desta teoria são a favor de que programas socioeconômicos melhoram o padrão de vida das pessoas mais pobres.
Teoria da Transição Demográfica
Essa teoria, elaborada ao fim dos anos 1920, discorda das teorias anteriores sobre o aumento acelerado da população.
A ideia, neste caso, relaciona a mudança das pessoas do campo para a cidade, onde a população poderia ter acesso a melhores condições, aumentando a expectativa de vida.
A afirmação é de que, mesmo com o aumento da expectativa de vida (redução de taxas de mortalidade), as pessoas também passariam a conceber menos filhos, reduzindo também as taxas de natalidade.
O processo que essa teoria defende acontece em diferentes fases, sendo elas:
- Fase 1: Pré-transição
Esta é a fase em que um país tem, em sua população, altas taxas de natalidade, e também de mortalidade. Este é o caso em que a maior parte das pessoas se encontram no campo.
Por conta da alta natalidade, a produção de alimentos acelera, mas em contrapartida, os cuidados com saúde e saneamento básico são escassos, elevando também a mortalidade.
- Fase 2: Início da transição
Fase em que os cuidados com saúde e saneamento básico melhoram, reduzindo as taxas de mortalidade, e parte das pessoas do campo deslocam-se às cidades.
Porém, as taxas de natalidade continuam elevadas e o resultado disso é um aumento exponencial da população.
- Fase 3: Final da transição
O final de transição é a fase em que boa parte da população já se deslocou para as cidades, onde encontraram melhores condições socioeconômicas e de cuidados com a saúde.
Esta é a fase, também, onde as taxas de natalidade começam a declinar, e o nível geral da população volta a diminuir.
- Fase 4: Pós-transição
Em um modelo mais moderno dessa teoria foi incluída uma quarta fase onde as taxas de natalidade e a de mortalidade se encontram baixas e equivalentes.
Pode ainda existir uma fase posterior a essa, onde as taxas de natalidade passam a ficar abaixo das taxas de mortalidade, já que grande parte da população opta por ter um número reduzido de filhos.