Teoria dos Jogos: definição e exemplos
O que é a Teoria dos Jogos?
A teoria dos jogos é o estudo das tomadas de decisões que um indivíduo realiza quando o resultado desta escolha depende do que outros indivíduos decidem, como em um jogo de estratégias.
Essa teoria se desenvolveu a partir de estudos sobre economia e matemática, através de situações estratégicas em que um jogador precisa fazer as melhores escolhas, porém, existe uma relação de interdependência com outros jogadores.
A interdependência nas situações estratégicas acontece quando há concorrência e, a ação de cada jogador, modificará o resultado dos outros jogadores e de todo o jogo. Esse estudo, então, passou a ter relação com o comportamento das pessoas, empresas e do governo.
Exemplos da Teoria dos Jogos
Caso uma empresa resolva abaixar o preço de uma mercadoria, poderá aumentar suas receitas com as vendas. Porém, os outros concorrentes podem fazer o mesmo e a arrecadação com as vendas ser ainda menor do que anteriormente.
A teoria sugere que dois concorrentes dificilmente se cooperam, pois querem obter o maior proveito com os recursos que possuem.
Exemplo com o Dilema do Prisioneiro
O exemplo mais comum para a teoria dos jogos é chamada de "Dilema do Prisioneiro", onde dois criminosos capturados são presos separadamente e podem cumprir uma pena alta de 10 anos. Durante o interrogatório são oferecidas a eles duas possibilidades:
- Confessar o crime: redução da pena para 3 anos caso o outro prisioneiro também confesse. Se o parceiro não confessar, este prisioneiro é bonificado com a liberdade;
- Não confessar o crime: caso não haja confissão de ambas as partes, os investigadores não podem prendê-los pelo crime maior que cometeram e a pena será de apenas 1 ano.
Por este dilema, cada um dos prisioneiros poderá trair ou ficar em silêncio, porém nenhum sabe qual será a ação do outro e isso resultaria em penas diferentes para cada um. A combinação de possibilidades é apresentada abaixo:
No caso de um testemunhar e outro não, este se beneficiará sozinho obtendo a liberdade, enquanto o outro passará a pena completa de 10 anos na prisão.
Caso nenhum dos dois prisioneiros revele a verdade, os investigadores não podem prendê-los pelo crime maior que cometeram. Também, se os dois revelarem a verdade, ambos terão suas penas reduzidas. Nestes dois casos, eles cooperam entre si e nenhum prejudica o outro.
O fato de um prisioneiro não saber qual vai ser a ação do outro, demonstra que cada um tem a possibilidade de se prejudicar ou se beneficiar com o que escolherem. Neste caso, a melhor escolha será a confissão.
Foi a partir de exemplos como este que a teoria dos jogos passou a ser analisada cientificamente por economistas e matemáticos. Um dos mais famosos foi John Nash.
Teoria dos jogos de John Nash
Os estudos sobre a teoria dos jogos tornaram-se ainda mais desenvolvidos com os estudos do matemático John Forbes Nash, sobre a escolha de indivíduos em situações que envolvem concorrência.
A partir de exemplos como do dilema do prisioneiro, John Nash desenvolveu a teoria com seu conceito mais conhecido como Equilíbrio de Nash. A estratégia de equilíbrio, segundo ele, é tomar a decisão que é melhor para cada prisioneiro.
Este equilíbrio acontece no caso de os dois prisioneiros revelarem o crime e cooperarem, pois o benefício é garantido para ambos. O prisioneiro que não testemunha corre o risco de ficar mais tempo preso se o outro revelar o crime cometido.
Com esses exemplos, a teoria dos jogos começou a ser ampliada para várias outras áreas além da Economia e da Matemática, mas também para estratégias políticas e empresariais.
Teoria dos jogos na administração
O desenvolvimento da teoria dos jogos foi essencial para as tomadas de decisões na administração pública e, principalmente, nas administrações empresariais, pela importância em conhecer os concorrentes em um mercado.
As empresas e os negócios que realizam são considerados "jogos competitivos", na qual as empresas são os jogadores que realizam estratégias mais possivelmente benéficas.
Algumas empresas conseguem crescer e dominar o mercado que participam. Neste caso ela possui a chamada Estratégia Dominante, em que o movimento das outras empresas não influenciam nos resultados desta.
A maior parte do mercado é feito de empresas em concorrência e, com isso, conhecer os outros oponentes passou a ser a estratégia fundamental das empresas.
Existem, ainda, outros modelos de estratégias mais desenvolvidos para as empresas com seus concorrentes. Uma delas é conhecida como " As Cinco Forças de Porter", em que são apresentadas as forças que uma empresa necessita possuir no mercado que está inserida perante aos seus concorrentes.
Saiba mais sobre quais são as 5 Forças de Porter.
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