O Swap é um termo, que em inglês significa "troca" ou "permuta", utilizado como referência a contratos que permitem a troca de indexadores entre duas partes.
Em um regime de câmbio flutuante, como no Brasil, vários agentes incorrem em risco cambial ao precisarem trocar de uma moeda para outra, em data futura, a quantia necessária para suas transações.
Por conta disso, é possível para investidores e empresários que realizem um contrato swap para a troca de um indexador pela variação do câmbio, em uma data futura.
Estes tipos de contratos, que partem do Banco Central, são conhecidos como swaps cambiais, e proporcionam uma proteção futura para quem precisa encarar o imprevisível mercado de câmbio.
Como funciona o swap cambial pelo Banco Central
Pelo Banco Central no Brasil, o swap cambial é um instrumento financeiro que auxilia no processo de intervenção nas taxas de câmbio, para conter sua volatilidade.
Esta operação acontece entre o Banco Central e outros bancos do país, que repassam a investidores interessados na troca de um indexador de rentabilidade, pela variação de moeda estrangeira. É o caso, por exemplo, de um agente com investimento remunerado em uma taxa DI, que troca seus rendimentos pela variação incerta do dólar, em um período acordado.
O swap cambial funciona como uma espécie de "aposta", já que o investidor que o contrata troca toda a rentabilidade de seu investimento pela variação da taxa de câmbio no período, que pode não ser tão alta assim.
Sendo assim, no período final o investidor recebe a quantia em moeda estrangeira, e entrega a rentabilidade de seu investimento, mais taxas, que se destinam ao Banco Central. Para o BC esta operação faz com que menos investidores entrem no mercado à vista, reduzindo a taxa de câmbio do período.
Swap cambial reverso
A operação descrita acima é conhecida como o swap cambial tradicional, já que a intenção do Banco Central é de manter reduzida a taxa de câmbio ao "retirar" investidores do mercado à vista.
Do contrário, a operação é conhecida como swap cambial reverso quando a intenção é que a taxa de câmbio aumente, após o BC entender que está reduzida para o nível da economia do país.
Neste caso, a operação consiste em reverter os contratos "tradicionais", pagando aos investidores a variação das taxas de juros, adquirindo destes agentes as variações do câmbio.
Pela operação tradicional, os investidores que adquirem o swap cambial deixam de participar do mercado à vista, diminuindo a demanda por moeda estrangeira, provocando a redução das taxas de câmbio.
Na operação reversa, o efeito é contrário, já que induz aos investidores a procura pela moeda estrangeira, o que faz com que o câmbio volte a se elevar.
Exemplo de swap cambial
Como exemplo, consideramos uma empresa que possua um investimento com rendimento de 100% do CDI, que vence em 45 dias, com as seguintes características:
- Investimento: R$ 500.000,00
- CDI para 45 dias: 1,34%
- Rentabilidade após 45 dias: 500.000 x 1,34% = R$ 506.700,00
Com esta quantia, a empresa pretende transferir para os Estados Unidos, realizando a troca por dólares, após estes 45 dias. Porém, a taxa de câmbio poderá aumentar ainda mais, tornando o dólar americano mais "caro" para a empresa.
Para evitar esse risco, a empresa realiza uma troca (swap) com um banco, que passa a assumir o risco cambial, pagando pela diferença no câmbio neste período de 45 dias.
Após este período, o que a empresa faz é entregar os R$ 506.700,00 ao banco, em troca da variação do câmbio para dólar.
Se considerarmos que no momento do contrato o câmbio estava em R$ 3,26 para um dólar, o valor de R$ 500.000,00 poderia ser trocado por $153.374,23 (500.000 ÷ 3,26), mas ao invés disso, houve um swap cambial entre a variação em dólar garantida pelo banco, e o rendimento em CDI pela empresa.
Sendo assim, passados 45 dias, ao fim do contrato, o cenário era de que o dólar teve uma alta para R$ 3,31 por dólar, ou seja:
- Variação de alta do dólar de 1,5%
- A empresa entrega R$ 506.700,00 ao banco
- Recebe em troca R$ 507.500,00 (500.000 x 1,5%).
Para a empresa, o risco com a variação do câmbio foi anulada por uma operação de hedge, ou seja, por uma operação de cobertura de riscos, com a instituição bancária reembolsando a diferença.
Se a variação do câmbio tivesse sido menor do que o rendimento em CDI, como 1,2% por exemplo, a empresa é quem acaba por devolver uma maior quantia ao banco. Porém, como a intenção seria a de converter o montante em dólares, a cobertura acontece da mesma maneira.
Saiba mais sobre o que é uma operação de cobertura de riscos conhecida pelo termo em inglês Hedge.