A história brasileira conta com fases ou formas de governo distintas e a história monetária não foi diferente. Por muito, contou com desequilíbrios que levaram aos diferentes sistemas monetários e períodos de elevada inflação, ou até escassez de moeda.
Oficialmente, o Brasil já teve 9 moedas diferentes, contando com três versões do Cruzeiro. Seu histórico monetário começa e termina com o "Real". Era este o nome da moeda lusitana que passou a ser utilizada no território a partir de 1568. Popularmente ficou mais conhecida pela sua divisão, em "Réis".
Durante o processo de colonização, a utilização de outras formas de moedas de troca foi comum, além do escambo. Em partes do território já foram aceites a prata da América Espanhola e os Florins, por conta da invasão holandesa. A primeira tentativa de padronização ocorreu com o estabelecimento de uma Casa da Moeda em 1694, em Salvador, posteriormente transferida para o Rio de Janeiro e Pernambuco.
Os Réis são, até hoje, a moeda que mais tempo ficou em circulação no Brasil, mantendo-se por todo o período imperial, e ainda em grande parte da República. Por outro lado, ao longo do século XX a história passa a ser diferente. Desde o Cruzeiro, criado em 1942, passaram pelas mãos dos brasileiros as outras sete formas de moedas que o Brasil já teve. Conheça as moedas brasileiras na lista logo abaixo.
Réis (Rs) - 1568 a 1942
O Real, ou Réis, era o padrão monetário de Portugal. No Brasil foi utilizado em duas fases distintas: a primeira entre 1568 e 1833, e a segunda entre 1833 e 1942. Na segunda fase, e com a unificação nacional, o mil-réis passa a ser o padrão monetário oficial brasileiro por meio da Lei nº 59 de 1833, alguns anos após a independência.
Ainda durante o Império são criadas instituições para a emissão de cédulas, como o Banco do Brasil e posteriormente o Tesouro Nacional.
Posteriormente, com a República, a moeda passa a perder valor após liberalização de emissão por outras entidades, surgindo o conto de réis (1 milhão de réis).
As moedas emitidas em réis receberam nomes como:
- Vintém - 20 réis
- Tostão - 80 réis (período Colonial e Imperial); 100 réis (entre 1917 a 1932).
- Pataca - 320 réis
- Cruzado - 400 / 480 réis
- Patacão - 960 réis
- Dobra - 12.800 réis (12$800)
- Dobrão - 20.000 réis (20$000)
Cruzeiro (Cr$) - 1942 a 1967
A segunda moeda brasileira surge durante a Ditadura Vargas (1930-1945) através em um decreto de 1 de novembro de 1942. Ficou definida uma conversão de mil-réis para um cruzeiro e a subdivisão em centavos.
Além de uniformizar o dinheiro corrente, foi criado na época a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC). Esta foi a primeira autoridade monetária e precedeu o estabelecimento do Banco Central em 1964.
Cruzeiro Novo (NCr$) - 1967 a 1970
O Cruzeiro Novo foi uma moeda de transição lançada em 13 de fevereiro de 1967. A conversão era de mil cruzeiros para cada cruzeiro novo, cortando três zeros do modelo anterior.
Este padrão utilizava as antigas cédulas do Cruzeiro, carimbadas com o novo valor convertido, como pode ser visto na imagem acima.
Cruzeiro (Cr$) - 1970 a 1986
Em 15 de maio de 1970 o padrão monetário volta a ser denominado Cruzeiro após um período de transição facultado aos cruzeiros novos.
Com o corte de zeros já realizado no padrão anterior, a conversão entre as moedas foi feita de um cruzeiro novo para cada cruzeiro da época.
Cruzado (Cz$) - 1986 a 1989
O Cruzado foi o padrão lançado em 28 de fevereiro de 1986 durante o chamado Plano Cruzado do governo José Sarney (1985-1990).
Por conta do crescimento da inflação daquela década, a conversão foi de mil cruzeiros para cada cruzado. Além disso, foram reaproveitadas cédulas do padrão anterior.
Cruzado Novo (NCz$) - 1989 a 1990
Em 16 de janeiro de 1989 o Cruzado Novo foi instituído durante as reformas promovidas pelo Plano Verão, cerca de um ano e meio após o Plano Bresser.
Alguns valores foram utilizados com cédulas antigas, carimbando o novo valor convertido a uma unidade valendo mil da moeda anterior. A imagem acima contém uma das cédulas criadas contendo a Efígie da República, atualmente utilizada em todas as notas de reais.
Cruzeiro (Cr$) - 1990 a 1993
Em 16 de março de 1990, a moeda volta mais uma vez a ser denominada Cruzeiro. A conversão estabelecida era de cada unidade equivalente a um cruzado novo.
A troca de moedas fez parte do chamado Plano Collor (1990-1992) que visava controlar a hiperinflação da época, que foi acompanhando de um bloqueio da base monetária do país.
Cruzeiro Real (CR$) - 1993 a 1994
Em 1 de agosto de 1993, após uma nova reforma monetária, foi instituído o Cruzeiro Real. Este padrão fez parte do Plano Real, sendo que em conjunto o país tinha em curso a Unidade Real de Valor (URV).
A taxa de conversão foi de mil cruzeiros para cada cruzeiro real. Foram utilizadas algumas notas carimbadas e emitidas outras novas, como a apresentada na imagem.
Real (R$) - 1994 até hoje
Em 1º de julho de 1994 entrava em curso o padrão brasileiro atual que colocaria o Real em circulação, como conclusão do Plano Real para o controle da hiperinflação.
Sua conversão foi definida como sendo cada unidade equivalente a 2 750 cruzeiros reais, uma taxa de câmbio diferente dos planos e reformas anteriores.