A inflação acontece devido ao aumento generalizado dos preços de produtos e serviços. Ela é uma medida percentual e indica uma tendência de crescimento dos preços na economia.
Para medir a inflação são considerados os preços atuais de uma cesta de bens e serviços. Esta mesma quantidade é utilizada num período posterior, verificando quais são os preços estão sendo cobrado por eles. A inflação existe quando a média dos preços atuais são superiores aos do período anterior, ou simplesmente uma variação percentual positiva.
A verificação dos preços praticados pode ser feita diariamente. O mais habitual é medir a variação dos preços entre meses, ou mesmo dentro de um ano - inflação acumulada em 12 meses.
Uma inflação muito elevada desvaloriza a moeda do país e reduz o poder de compra de sua população. Além disso, passa a criar um ambiente desfavorável para investimentos e a geração de empregos.
Inflações extremamente elevadas são conhecidas como hiperinflação. Já a variação de preços a valores negativos, a redução generalizada dos preços, é conhecida como deflação.
Como a inflação é medida
Para saber a inflação de um país é preciso que institutos de estatística recolham amostras de preços de produtos e serviços.
Esta recolha de dados é feita considerando o público a ser estudado, e os produtos e serviços adquiridos por este público. Os bens selecionados para a pesquisa passam a fazer parte de uma "cesta" onde recebem diferentes ponderações.
Com a recolha de preços feita, os técnicos juntam os dados e calculam o percentual para a variação de preços, ou seja, o índice para a inflação. Este processo é feito comparando os preços atuais com os do período anterior para a mesma cesta dos produtos e serviços pesquisados.
A comparação dos preços é feita através do nível de preços, onde a pesquisa inicial leva o número 100, refletindo o aumento nos próximos níveis. Por exemplo, sendo um nível de preços no próximo mês de 101, a inflação mensal terá sido de 1%.
No Brasil existem diferentes tipos de índices, sendo alguns deles:
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): medido pelo IBGE, este índice considera os preços de bens adquiridos por famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos em 11 regiões metropolitanas.
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC): semelhante ao IPCA, este índice considera a inflação para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos.
- Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M): medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), este índice considera preços do comércio atacadista, varejista e da construção civil. Os dados são recolhidos entre o dia 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
- Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI): semelhante ao IGP-M, este índice mede a variação de preços desde as matérias-primas agrícolas e industriais até de bens e serviços para o consumidor final. A diferença está na recolha, que acontece entre o primeiro e último dia do mês.
Desde a implementação do Real na metade de 1994 até o ano de 2020, o IPCA acumulado foi de mais de 500%. A inflação ano a ano pode ser conferida no gráfico:
Principais causas da inflação na economia
O aumento de preços de uma economia pode ter variadas causas. Listamos as principais abaixo.
- Gastos públicos
Conforme o governo gasta, contribui para a inflação na economia. Os preços podem aumentar tanto pela aplicação de impostos que se repassam aos consumidores, quanto por questões monetárias, através da impressão de dinheiro para o pagamento dos gastos.
- Cartéis ou monopólios
O número reduzido de empresas ofertando produtos ou serviços em uma economia faz com que estes determinem os preços pela falta de concorrência. Com o controle de preços nas mãos de poucas empresas, a tendência é o aumento dos valores cobrados.
- Custos de produção
Os custos de produzir e vender, são repassados aos consumidores, visto que nenhuma empresa oferta abaixo de seus custos. Quanto mais aumentam para as empresas, mais contribuem para a inflação.
- Produção baixa
A produção abaixo da demanda em um mercado faz com que os preços subam, considerando que existam consumidores que se dispõem a pagar mais.
- Inflação inercial
Esta é conhecida pelo aumento natural dos preços. As empresas e os trabalhadores preveem uma inflação no ano e aumentam os valores cobrados equivalentemente ao poder de compra.
- Indexação da inflação
Na economia, a indexação é o ajuste constante de preços considerando a inflação anterior. Ela existe principalmente em contratos e no aumento dos salários.
A indexação foi uma das causas combatidas pelo Plano Real na época em que o Brasil passava por uma hiperinflação.
Como a inflação é controlada
A inflação oficial do Brasil vem do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com base no consumo de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, medida pelo IBGE.
Conforme este índice apresenta alta ou baixa, o Banco Central do Brasil (BCB) atua através de sua política monetária, aumentando ou reduzindo a taxa de juros oficial - SELIC. Esta taxa é decidida em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), a cada 45 dias.
Desde 1999 a inflação segue uma meta adotada pelo BCB em conjunto a metas fiscais e a adoção de um câmbio flutuante. Esta estratégia é conhecida como "tripé macroecônomico".
Conheça as políticas econômicas por trás desta estratégia:
Saiba o que é IPCA e qual seu valor atual. Acompanhe também a Taxa Selic.