Concorrência Perfeita: o que é, características, exemplo e estruturas de mercado

Leonardo Pereira
Economista

O que é concorrência perfeita

Em microeconomia, a concorrência perfeita é uma situação de mercado na qual existe uma grande quantidade de vendedores e uma grande quantidade de compradores. Esse cenário favoreceria um equilíbrio natural nos preços pela relação entre a oferta e a demanda.

Também chamada de concorrência pura, a concorrência perfeita é um conceito teórico que não se verifica no mundo real. Segundo a teoria, empresas neste mercado estariam em uma profunda competição e apenas poderiam adotar o preço que lá existe.

Nesta competição de mercado, este mesmo preço geraria receitas para a empresa apenas cobrir os seus custos econômicos, conhecido como custo de oportunidade.

Da mesma forma, haveria apenas o chamado "lucro normal" às empresas. O mercado de concorrência pura evita, portanto, o chamado lucro extra ou lucro extraordinário, que é a disparidade entre a receita e o custo.

No lado oposto a esse cenário estaria o mercado de monopólio, com apenas um vendedor (fornecedor) para o bem ou serviço. Quando ocorre o monopolista consegue gerenciar os preços e maximizar o lucro no sentido do lucro extra.

Características da concorrência perfeita

As principais características de um mercado de concorrência perfeita seriam as seguintes:

  • Existem muitas empresas e nenhuma exerce poder no seu setor de atividade;
  • O produto ou serviço oferecido neste mercado é homogêneo;
  • Existem muitos compradores e todos têm informação completa sobre o bem e seu preço;
  • Existe um equilíbrio de forças que faz com que nenhum vendedor ou comprador individual influenciam o preço;
  • Empresas entram e saem livremente deste mercado;
  • Situação de concorrência perfeita também no mercado de fatores - mão de obra e fornecedores.

Além de uma quantidade grande de vendedores e compradores em interação neste mercado, é importante notar que o produto oferecido é convencional.

Isso significaria que as empresas não conseguiriam diferenciar os produtos e serviços que comercializam. Por isso não atraem mais clientes que as outras empresas.

Não poderia haver diferenciação na qualidade, na embalagem ou nos serviços associados, como o pós-venda, por exemplo. Isso significa que o consumidor encontraria sempre opções similares para substituir sua compra.

Em uma situação de concorrência perfeita, o número de vendedores e consumidores precisaria ser grande o suficiente para que nenhum player do mercado pudesse, sozinho, influenciar o seu equilíbrio.

Assim, se um vendedor abaixasse ou aumentasse seu preço deliberadamente, esse movimento não teria influência na dinâmica do mercado. A redução do preço para valores abaixo dos praticados terminaria com o fim dos estoques desse vendedor, enquanto que o aumento faria com que o consumidor migrasse imediatamente para outras marcas.

O mercado também precisaria ser permeável, ou seja, totalmente aberto à entrada de novos concorrentes. Por fim, deveria se verificar a livre circulação de informações, incluindo sobre lucros e preços. Nesse sistema, o fato de uma empresa obter lucros muito altos logo atrairia novos concorrentes para o mercado, obrigando essa companhia a reduzir os seus ganhos.

Exemplo da concorrência perfeita

Se existisse um mercado de concorrência perfeita, cada empresa apenas conseguiria adotar os preços do mercado e adequá-lo ao seu custo econômico.

Usando da teoria da oferta e demanda, consideramos um exemplo em que os consumidores compram cada vez mais de um produto conforme ele é mais barato. Enquanto isso as empresas podem vender mais do mesmo produto a um preço que cubra o custo adicional da venda, conhecido como custo marginal.

Do lado das empresas, o preço de mercado terá de aumentar conforme a demanda é maior dado o seu custo marginal e a maximização possível dos seus lucros. Com isso as empresas se adaptam conforme a demanda cresce.

Considerando esses dois lados temos como resultado um equilíbrio que revela o preço exercido no mercado, como no exemplo da imagem abaixo:

Exemplo teórico de um mercado de concorrência perfeita.

Tipos de concorrência e estruturas de mercado

Estruturas de mercado resultam de diferentes graus de competição, resultantes da interação entre vendedores e compradores.

Como vimos, uma situação de concorrência perfeita não é vista no mundo real. O mais comum é que haja concorrência imperfeita ou mesmo monopólio, com apenas um único vendedor.

O monopólio corresponde a uma situação em que há apenas um vendedor que, por sua exclusividade, tem o poder de ditar seus preços. No oligopólio a estrutura de mercado está concentrada em poucas empresas, existindo o risco de os vendedores combinarem preços.

Também poderá haver situações em que o comprador é único (monopsônio) ou mesmo poucos (oligopsônio). Já o caso em que exista apenas um comprador e um vendedor fica conhecido como monopólio bilateral.

Outra caso mais comum é a chamada concorrência monopolista, estrutura intermediária entre a concorrência pura e o monopólio. Ela se caracteriza por ter um número relativamente grande de vendedores, mas que comercializam produtos diferenciados.

Cada um possui um nicho particular, tendo alguma margem de manobra para estabelecer preços. No entanto, essa margem não é infinita, porque o consumidor pode optar por produtos substitutos.

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Leonardo Pereira
Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (2022), em Portugal
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