O Custo de Mercadoria Vendida (CMV) é um indicador financeiro bastante útil para comerciantes. Ele calcula o custo das mercadorias vendidas com base não apenas no que foi pago por elas, mas incluindo também os estoques.
O CMV permite encontrar o lucro bruto de uma transação comercial, que é diferente da receita obtida com a venda do produto. O lucro bruto também não deve ser confundido com o lucro líquido, uma vez que outros descontos incidirão sobre o valor apurado após o cálculo do CMV. Os impostos, as despesas administrativas, operacionais e financeiras e as despesas com vendas, incluindo a comissão dos vendedores, não entram na fórmula.
Calcular o CMV permite ao comerciante saber quanto ele investiu, proporcionalmente, para conseguir vender um produto. Incluir na conta o estoque – que também pode ser chamado de inventário – significa considerar também os produtos não vendidos, uma vez que sua aquisição implicou em despesas para o empresário, mas aumentou o ativo da empresa.
Para fazer o cálculo do CMV, é preciso determinar um período, que geralmente é de um mês. O CMV é aplicado principalmente ao comércio. No caso da indústria, existe um indicador similar, denominado Custo do Produto Vendido (CPV). Já para uma empresa no setor de serviços, calcula-se o Custo dos Serviços Vendidos (CSV). O conceito desses três indicadores é parecido, mas suas fórmulas possuem pequenas adaptações às realidades de cada setor.
Como calcular o CMV
Existe uma fórmula simples para calcular o Custo da Mercadoria Vendida. Ela considera os estoques da empresa no início e no fim do período analisado, os valores gastos em compras e as receitas com as vendas. Se houver devoluções, tanto da parte dos clientes quanto da empresa para seus fornecedores, também é possível considerá-las.
O cálculo mais básico do CMV corresponde à soma do estoque inicial (EI) com as compras do período (C), da qual se subtrai o estoque final (EF), conforme mostra a fórmula:
CMV = EI + C - EF
Se a empresa registrou devoluções, deverá somar as devoluções de compras (DC), que são as mercadorias com que seus clientes não quiseram ficar, e subtrair as devoluções de vendas (DV), que são os itens que deixaram o estoque porque foram devolvidos ao fornecedor pela empresa. Nesse caso, a fórmula fica assim:
CMV = EI + C + DC – DV – EF.
Confira, abaixo, um exemplo de aplicação da fórmula básica do CMV para melhor compreensão.
Exemplo de cálculo do CMV de um produto
- Uma empresa tinha, no início do mês, R$ 500 em camisetas em seu estoque (EI = 500)
- Nesse período, ela comprou mais R$ 1.000 em camisetas (C = 1.000)
- Ela terminou o mês com o equivalente a R$ 550 em camisetas no seu estoque (EF = 550)
Aplicando a fórmula do CMV, temos:
CMV = EI + C - EF
CMV = 500 + 1.000 - 550
CMV = 950
Logo, o Custo da Mercadoria Vendida, para as camisetas, foi de R$ 950. Se a empresa recebeu R$ 2.550 pela venda de camisetas no mês, seu lucro bruto com a venda de camisetas foi de R$ 1.600.
CMV nos relatórios de contabilidade
Na contabilidade das empresas, o CMV é um dos itens que aparecem na DRE (Demonstração de Resultados do Período). Nesse caso, ele corresponde ao custo total das mercadorias vendidas pela empresa, e não apenas de um produto específico. No relatório, o resultado o CMV deverá ser subtraído da receita líquida junto com as despesas, resultando no EBIT ou LAIR (Lucro antes do Imposto de Renda).
O CMV é, portanto, uma conta de resultado, não de patrimônio, por isso não costuma aparecer no balanço patrimonial. Nesse outro relatório, o que aparecem são os estoques que, por serem bens, entram como ativo da organização, e não passivo.
Você também pode ser interesse em margem de contribuição, DRE e balanço patrimonial.
Saiba, ainda, sobre o método de custeio por absorção.