O Índice Big Mac (Big Mac Index) foi criado em 1986 pela revista britânica The Economist e utiliza da comparação dos preços do Big Mac para abordar as diferenças de poder de compra entre países.
Este índice serve como um indicativo simples da Paridade dos Poderes de Compra (PPC), usando como referência o hambúrguer da McDonald's. Mesmo que feito de maneira informal, permite a comparação do poder de compra devido à presença da cadeia de fast food em grande parte do mundo.
A análise considera ainda o fato deste produto ser homogêneo em todos os países em que é comercializado, considerando os custos para oferecê-lo e o seu preço de venda.
Índice Big Mac para o Brasil
Os resultados divulgados pela revista em fevereiro de 2022 apontam que o real estava subvalorizado em 25,8% pela taxa de câmbio atual. A razão de troca era de R$ 3,94 por dólar, patamar em que o produto estaria sendo vendido ao mesmo valor nos Estados Unidos ou no Brasil.
Os resultados divulgados nos últimos anos podem ser acompanhados pela tabela abaixo:
Data de divulgação | Preço Big Mac no Brasil | Preço Big Mac nos EUA | Paridade de equilíbrio | Taxa de câmbio (para cada dólar) | Índice Big Mac |
---|---|---|---|---|---|
Jan/2022 | R$ 22,90 | US$ 5,81 | 3,94 | R$ 5,31 | - 25,8% |
Jul/2021 | R$ 22,90 | US$ 5,65 | 4,05 | R$ 5,25 | - 22,8% |
Jan/2021 | R$ 21,90 | US$ 5,66 | 3,87 | R$ 5,50 | - 29,6% |
Jul/2020 | R$ 20,90 | US$ 5,71 | 3,66 | R$ 5,34 | - 31,5% |
Jan/2020 | R$ 19,90 | US$ 5,67 | 3,51 | R$ 4,14 | - 15,3% |
Jul/2019 | R$ 17,50 | US$ 5,74 | 3,05 | R$ 3,81 | - 19,9% |
Jan/2019 | R$ 16,90 | US$ 5,58 | 3,03 | R$ 3,72 | - 18,5% |
Jul/2018 | R$ 16,90 | US$ 5,51 | 3,07 | R$ 3,84 | - 20,1% |
Jan/2018 | R$ 16,50 | US$ 5,28 | 3,13 | R$ 3,23 | - 3,2% |
Jul/2017 | R$ 16,50 | US$ 5,30 | 3,11 | R$ 3,23 | - 3,7% |
Jan/2017 | R$ 16,50 | US$ 5,06 | 3,26 | R$ 3,22 | + 1,1% |
Jul/2016 | R$ 15,50 | US$ 5,04 | 3,08 | R$ 3,24 | - 5,1% |
Jan/2016 | R$ 13,50 | US$ 4,93 | 2,74 | R$ 4,02 | - 32,0% |
Como é calculado o Índice Big Mac
Para comparar o poder de compra entre países é utilizado como base o preço médio do Big Mac nos Estados Unidos. O mesmo é feito para outros países que a revista estuda, sendo o Brasil um deles.
O índice da The Economist propõe analisar o quanto apreciada ou depreciada se encontra a moeda do país em análise em comparação à moeda norte-americana através da taxa de câmbio do período.
Com estes dados coletados o cálculo é feito como na fórmula abaixo, utilizando a taxa de câmbio pelo incerto:
Por exemplo, analisando em janeiro de 2022 o Big Mac nos Estados Unidos custava US$ 5,81 e no Brasil R$ 22,90. A razão de troca, neste caso, seria de 3,94. Isso quer dizer que, se fosse essa a taxa de câmbio, bastaria trocar R$ 3,94 por cada dólar para adquirir o Big Mac nos Estados Unidos.
Essa paridade de preços é então comparada com a taxa de câmbio vigente no mercado no período. Ainda no exemplo, foi visto que a taxa de câmbio estava em R$ 5,31 por dólar.
Com um valor acima da paridade, a taxa de câmbio maior revela uma desvalorização da moeda brasileira em comparação ao dólar. Calculada pelo índice a subvalorização medida era então de 25,8% face ao poder de compra da moeda dos norte-americanos ao adquirir este produto.
Poder de compra no Índice Big Mac
O poder de compra é o que indica a capacidade das pessoas de uma região ou país adquirirem um conjunto de produtos e serviços.
A teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC) propõe analisar as diferenças de poder de compra de cada localidade, convertidos à mesma moeda. Esta paridade existe apenas quando toma um valor igual à unidade, ou a um valor nulo do índice Big Mac.
Índices de PPC são medidos por várias entidades por todo o mundo, utilizando uma cesta de bens e serviços comparáveis. Com isso é possível entender padrões de vida e produtividade em cada país e realizar comparações.
No caso deste índice, é utilizado um único produto relativamente parecido: o Big Mac. A revista ainda realiza outra análise semelhante utilizando um café da empresa Starbucks.